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17 de julho: «Santos Padres do 4º Concílio Ecumênico»

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17 de julho: «Santos Padres do 4º Concílio Ecumênico»

17 de julho de 2022 | By ecclesia
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O «5º Domingo de São Mateus» - Santos Padres do IV Concílio Ecumênico (5º depois de Pentecostes - Modo 4º)

Comemoração dos Ss. Marina (Margaret ou Margarida) de Antioquia, megalomártir († c. 268); Clemente de Ajris; Verônica e Speratos, mártires; Kenelm, Príncipe de Mercia.

No domingo que cai entre 13 e 19 deste mês de julho, o calendário litúrgico ortodoxo comemora os 630 Padres que se reuniram em Calcedônia, em 451, para condenar Eutiques, que ensinou que em Cristo, depois da Encarnação, havia apenas uma natureza, a divina; e Dióscoro, patriarca de Alexandria, que havia recebido Eutiques de volta à comunhão e deposto São Flaviano, Patriarca de Constantinopla, autor da excomunhão de Eutiques.

Na tradição eslava, neste mesmo domingo, comemora-se os Padres dos primeiros Sete Concílios Ecumênicos:

  • I: dos 318 Padres que se reuniam em Niceia, em 325, para condenar Ário que negou que o Filho de Deus é consubstancial ao Pai; os Padres deste Concílio também ordenaram que toda a Igreja celebrasse a Páscoa de acordo com o mesmo cálculo/calendário, seguido até os dias atuais pela Igreja Ortodoxa.
  • II: dos 150 Padres que se reuniram em Constantinopla, em 381, para condenar Macedônio, Patriarca de Constantinopla, que negava a divindade do Espírito Santo.
  • III: dos 200 Padres que se reuniram em Éfeso, em 431, para condenar Nestório, patriarca de Constantinopla, que considerava Jesus Cristo um mero homem e não Deus encarnado.
  • IV: (ver acima).
  • V: em 553, dos 165 Padres que se reuniram em Constantinopla pela segunda vez para condenar Orígenes e Teodoro de Mopsuéstia, mestre de Nestório.
  • VI: em 680, dos 170 Padres que se reuniram em Constantinopla, pela terceira vez, para condenar a heresia Monotelita, que ensinou que há em Cristo uma só vontade, a divina.
  • VII: em 787, dos 350 Padres que se reuniram em Niceia, pela segunda vez, para condenar a iconoclastia.

No Orthros (Matinas):

Evangelho (Eoth. 5)

Santo Evangelho segundo o Evangelista São LUCAS (24: 13-35).

aquele tempo, 13eis que dois deles viajavam nesse mesmo dia para um povoado chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém; 14e conversavam sobre todos esses acontecimentos. 15Ora, enquanto conversavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles; 16seus olhos, porém, estavam impedidos de reconhecê-lo.17Ele lhes disse: «Que palavras são essas que trocais enquanto ides caminhando?» E eles pararam, com o rosto sombrio. 18Um deles, chamado Cléofas, lhe perguntou: «Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignora os fatos que nela aconteceram nestes dias?» — 19«Quais?», disse-lhes ele. Responderam: «O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obra e em palavra, diante de Deus e diante de todo o povo: 20nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas, com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres, que são dos nossos, nos assustaram. Tendo ido muito cedo ao túmulo 23e não tendo encontrado o corpo, voltaram dizendo que tinham tido uma visão de anjos a declararem que ele está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas tais como as mulheres haviam dito; mas não o viram!» 25Ele, então, lhes disse: «Insensatos e lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram! 26Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?» 27E, começando por Moisés e por todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito. 28Aproximando-se do povoado para onde iam, Jesus simulou que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram, dizendo: «Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina». Entrou então para ficar com eles. 30E, uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles. 31Então seus olhos se abriram e o reconheceram; ele, porém, ficou invisível diante deles. 32E disseram um ao outro: «Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?» 33Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam aí reunidos os Onze e seus companheiros, 34que disseram: «É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!» 35E eles narraram os acontecimentos do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão.

Na Divina Liturgia:

Primeira Antífona (Modo 2º)

Vers. 1: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e todo o meu ser bendiga o seu santo nome.!
Vers. 2: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não esqueças nenhum de seus benefícios!
Vers. 3: O Senhor firmou no céu o seu trono e sua realeza governa o universo.
Glória… Agora e sempre….

Στίχ. α´. Εὐλόγει ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον, καὶ πάντα τὰ ἐντός μου τὸ ὄνομα τὸ ἅγιον αὐτοῦ.
Στίχ. β’. Εὐλόγει, ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον, καὶ μὴ ἐπιλανθάνου πάσας τὰς ἀνταποδόσεις αὐτοῦ.
Στίχ. γ’. Κύριος ἐν τῷ οὐρανῷ ἡτοίμασε τὸν θρόνον αὐτοῦ, καὶ ἡ βασιλεία αὐτοῦ πάντων δεσπόζει.
Δόξα Πατρὶ… Καὶ νῦν…

Segunda Antífona (mesmo modo)

Vers. 1: Louva, ó minha alma, o Senhor! Louvarei o Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores a meu Deus enquanto eu existir.
Vers. 2: Bem-aventurado o que tem por protetor o Deus de Jacó, que põe sua esperança no Senhor, seu Deus.
Vers. 3: O Senhor reinará eternamente; ele é teu Deus, ó Sião, de geração em geração!
Glória… Agora e sempre…
Ó Filho Unigênito e Verbo de Deus…

Στίχ. α´. Αἴνει, ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον αἰνέσω Κύριον ἐν τῇ ζωῇ μου ψαλῶ τῷ Θεῷ μου ἕως ὑπάρχω.
Στίχ. β´. Μακάριος, οὗ ὁ Θεὸς Ἰακὼβ βοηθὸς αὐτοῦ, ἡ ἐλπὶς αὐτοῦ ἐπὶ Κύριον τὸν Θεὸν αὐτοῦ.
Στίχ. γ´. Βασιλεύσει Κύριος εἰς τὸν αἰῶνα, ὁ Θεός σου, Σιών, εἰς γενεὰν καὶ γενεάν.
Δόξα Πατρὶ… Καὶ νῦν…
Ὁ μονογενὴς Υἱὸς καὶ Λόγος τοῦ Θεοῦ…

Terceira Antífona

Vers. 1: Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos n’Ele!

Στίχ. Αὕτη ἡ ἡμέρα Κυρίου, ἀγαλλιασώμεθα καὶ εὐφρανθῶμεν ἐν αὐτῇ.

Apolitíkion da Ressurreição (Modo 4º)

Ouvindo do Anjo o alegre anúncio da ressurreição, que da antiga condenação nos libertou, as discípulas do Senhor disseram envaidecidas aos apóstolos: «A morte foi vencida, o Cristo Deus ressuscitou, revelando ao mundo a grande misericórdia!»

Το φαιδρόν της αναστάσεως κήρυγμα, εκ του αγγέλου μαθούσαι αι του Κυρίου μαθήτριαι, και την προγονικήν απόφασιν απορρίψασαι, τοις αποστόλοις καυχώμεναι έλεγον, εσκύλευται ο θάνατος, ηγέρθη Χριστός ο Θεός, δωρούμενος τω κόσμω το μέγα έλεος.

Kondakion (Modo Pl. 4º)

Tu és bendito, ó Cristo, nosso Deus, que estabeleceste nossos Padres como luminares sobre a terra e, através deles, conduziste-nos a todos à verdadeira fé. Ó compassivo, glória a Ti!

Ὑπερδεδοξασμένος εἶ, Χριστὲ ὁ Θεὸς ἡμῶν, ὁ φωστῆρας ἐπὶ γῆς τοὺς Πατέρας ἡμῶν θεμελιώσας, καὶ δι’ αὐτῶν πρὸς τὴν ἀληθινὴν πίστιν, πάντας ἡμᾶς ὁδηγήσας, Πολυεύσπλαγχνε δόξα σοι.

Apolitíkion de Santa Marina

Ó Senhor Jesus, a Ti clama teu cordeiro: «Ó meu noivo, eu te amo, e procurando por Ti, participo agora de teu batismo, crucificado e sepultado contigo. Sofro por Ti, para que possa reinar contigo, pelo teu amor que te fez morrer, para que eu possa viver em Ti: aceita minha oferta como um sacrifício sem mácula». Que o Senhor salve nossas almas por tua intercessão, Ele que é grande em misericórdia.

Ἡ ἀμνάς σου Ἰησοῦ κράζει μεγάλῃ τῇ φωνή· Σὲ Νυμφίε μου ποθῶ, καὶ σὲ ζητοῦσα ἀθλῶ, καὶ συσταυροῦμαι καὶ συνθάπτομαι τῷ βαπτισμῷ σου· καὶ πάσχω διὰ σέ, ὡς βασιλεύσω σὺν σοί, καὶ θνῄσκω ὑπὲρ σοῦ, ἵνα καὶ ζήσω ἐν σοί, ἀλλ’ ὡς θυσίαν ἄμωμον, προσδέχου τὴν μετὰ πόθου τυθεῖσάν σοι. Αὐτῆς πρεσβείαις, ὡς ἐλεήμων, σῶσον τὰς ψυχὰς ἡμῶν.

Kondakion (Modo 2º)

Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador, não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; mas, apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Προστασία τῶν Χριστιανῶν ἀκαταίσχυντε, μεσιτεία πρὸς τὸν Ποιητὴν ἀμετάθετε, Μὴ παρίδῃς ἁμαρτωλῶν δεήσεων φωνάς, ἀλλὰ πρόφθασον, ὡς ἀγαθή, εἰς τὴν βοήθειαν ἡμῶν, τῶν πιστῶς κραυγαζόντων σοι. Τάχυνον εἰς πρεσβείαν, καὶ σπεῦσον εἰς ἱκεσίαν, ἡ προστατεύουσα ἀεί, Θεοτόκε, τῶν τιμώντων σε.

Prokímenon (Modo Pl. 4º)

Refrão: Alegrai-vos, ó justos, no Senhor e n’Ele exultai-vos!
Vers.: Bem-aventurados aqueles cujos pecados foram perdoados.

Εὐφράνθητι ἐπὶ Κύριον καὶ ἀγγαλιᾶσθε δίκαιοι.
Στίχ. Μακάριοι ὧν ἀφέθησαν αἱ ἀνομίαι.

Epístola (Apóstolos)

Epístola do Apóstolo São Paulo a TITO (3: 8-15).

Irmãos, 8esta é uma mensagem fiel. Desejo, pois, que insistas nestes pontos, de sorte que aqueles que creem em Deus sejam solícitos na prática do bem. Estas coisas são excelentes e proveitosas aos homens. 9Evita controvérsias insensatas, genealogias, dissensões e debates sobre a Lei, porque para nada adiantam, e são fúteis. 10Depois de uma primeira e de uma segunda admoestação, nada mais tens a fazer com um homem faccioso, 11pois é sabido que um homem assim se perverteu e se entregou ao pecado, condenando-se a si mesmo. 12Mandarei ao teu encontro Ártemas ou Tíquico. Quando tiver chegado aí, faze o possível para vir ter comigo em Nicópolis, onde resolvi passar o inverno. 13Esforça-te por ajudar a Zenas, o jurista, e a Apolo, de modo que nada lhes falte. 14Todos os da nossa gente precisam aprender a praticar o que é bom, de sorte que se tornem aptos a atender às necessidades urgentes e, assim, não fiquem infrutíferos. 15Todos os que estão comigo te saúdam. Saúda a todos os que nos amam na fé. A graça esteja com todos vós!

Aleluia (Modo 3º)

Vers. 1: Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, e nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antiguidade. 
Vers. 2: Tu nos salvaste de nossos opressores e envergonhaste aqueles que nos odiavam.

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Στίχ. αʹ. Ὁ Θεός, ἐν τοῖς ὠσὶν ἡμῶν ἠκούσαμεν, καὶ οἱ πατέρες ἡμῶν ἀνήγγειλαν ἡμῖν ἔργον, ὃ εἰργάσω ἐν ταῖς ἡμέραις αὐτῶν, ἐν ἡμέραις ἀρχαίαις.
Στίχ. βʹ. Ἔσωσας γὰρ ἡμᾶς ἐκ τῶν θλιβόντων ἡμᾶς καὶ τοὺς μισοῦντας ἡμᾶς κατῄσχυνας.

Evangelho

Santo Evangelho segundo o Evangelista São MATEUS (5: 14-19).

aquele tempo, disse Jesus: 14«Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. 15Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. 16Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus. 17Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, 18porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só i, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado. 19Aquele, portanto, que violar um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porém, que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus».

Kinonikón

Louvai o Senhor nos céus, louvai-O nas alturas! Aleluia!

Αἰνεῖτε τὸν Κύριον ἐκ τῶν οὐρανῶν. Ἀλληλούϊα.

SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS

Pe. Pavlos, Hieromonge

«Os Santos Concílios Ecumênicos»

este domingo, a Igreja celebra os Santos 630 Padres que participaram do 4º Concílio Ecumênico que se reuniu em Calcedônia, em 451, para condenar o ensinamento de Eutiques que ensinava haver apenas uma natureza, a divina, em Cristo depois da Encarnação; e Dióscoro, Patriarca de Alexandria, que havia recebido irregularmente Eutiques de volta à comunhão da Igreja, tendo deposto Santo Flaviano, Patriarca de Constantinopla, por ter excomungado Eutiques.

A Igreja, que vive nos dias atuais enfrentando tantas adversidades, reporta-se constantemente às límpidas fontes das verdades promulgadas nos primeiros concílios, para permanecer fiel ao seu caráter de catolicidade e apostolicidade. Assim, mesmo que não seja compreendida pelo mundo, conservar-se-á pura sem correr riscos de se desviar da reta doutrina. Mesmo que o mundo lhe implore para que ela se adeque às exigências da modernidade, a intransigência será sua marca e salvação. A essência da verdade não é objeto de mudanças, pois assim sendo, deixa de ser essência. Logo não existe a verdade. Quando defendemos a verdade, naturalmente, queremos honrar a essência que dela foi gerada. Os Primeiros seis Concílios da Igreja revelaram ao mundo as verdades de nossa fé. Sobre estas verdades foram edificadas doutrinas, dogmas, conceitos, regras, orações, cânticos, Liturgias, Ofícios religiosos, etc. Por isso, a Igreja bebendo das águas puras e refrescantes da fonte de sua tradição continuará inalterada, pois ela guarda um grande tesouro, mesmo que em vasos de argila». (J. Danielou).

Os 7 primeiros Concílios Ecumênicos foram:

  1. Niceia;
  2. Constantinopla;
  3. Éfeso;
  4. Calcedônia;
  5. II de Constantinopla;
  6. III de Constantinopla;
  7. II de Niceia.
  8. O I Concílio Ecumênico

I Concílio Ecumênico

O primeiro Concílio Ecumênico foi convocado em 325 d.C., na cidade de Niceia, pelo imperador Constantino I. Este Concílio foi convocado por causa da falsa doutrina do sacerdote alexandrino Ário, que rejeitou a natureza Divina e o nascimento pré-eterno da segunda pessoa da Santíssima Trindade, ou seja, o Divino Filho de Deus Pai, e ensinou que o Filho de Deus é apenas a mais alta criação. 318 bispos participaram deste Concílio, entre os quais estavam São Nicolau, o Taumaturgo, São Tiago, bispo de Nísibis, Santo Espiridão de Tremetousia, e Santo Atanásio, que era na época um diácono.

O Concílio condenou e repudiou a heresia de Ário e afirmou a imutável verdade, o dogma de que o Filho de Deus é verdadeiro Deus, nascido de Deus Pai antes de todos os séculos, e é eterno, como Deus Pai; Ele foi gerado, e não criado, e é consubstancial ao Pai. A fim de que todos os cristãos pudessem conhecer exatamente o verdadeiro ensinamento da fé, ele foi claro e concisamente resumido na primeira das sete seções do Credo, ou Símbolo de Fé.

Neste Concílio, foi decidido celebrar a Páscoa no primeiro domingo seguinte a primeira lua cheia do equinócio da primavera (no hemisfério norte), depois da Páscoa judaica. Também estabeleceu muitas outras regras ou cânones.

II Concílio Ecumênico

O Segundo Concílio Ecumênico foi convocado no ano de 381 d.C., na cidade de Constantinopla pelo imperador Teodósio I. Este Concílio foi convocado contra o falso ensinamento do bispo ariano de Constantinopla, Macedônio, que rejeitou a divindade da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo. Ele ensinou que o Espírito Santo não era Deus, e o chamou de criatura, ou poder criado, e portanto subserviente a Deus Pai e a Deus Filho, como um anjo.

Havia 150 bispos presentes no Concílio, entre os quais estavam Gregório, o Teólogo, que presidiu o Concílio, Gregório de Nissa, Melécio de Antioquia, Anfilóquio de Icônio e Cirilo de Jerusalém.

No Concílio, a heresia macedônia foi condenada e repudiada. O Concílio afirmou como dogma a igualdade e a essência única de Deus Espírito Santo com Deus Pai e Deus Filho.

O Concílio também completou o Credo Niceno, ou “Símbolo de Fé”, com cinco seções nos quais são expostos seus ensinamentos sobre o Espírito Santo, sobre a Igreja, sobre os Mistérios, sobre a ressurreição dos mortos, e a vida no mundo há de vir. Assim, eles compuseram o Credo Niceno-Constantinopolitano, que serve como um guia para a Igreja de todos os tempos.

III Concílio Ecumênico

O Terceiro Concílio Ecumênico foi convocado no ano 431 d.C., na cidade de Éfeso, pelo imperador Teodósio II. O Concílio foi convocado por causa da falsa doutrina de Nestório, Arcebispo de Constantinopla, que profanamente ensinou que a Santíssima Virgem Maria simplesmente deu à luz ao homem Cristo, com quem Deus se uniu moralmente e habitou nele, como em um templo, como anteriormente Ele havia habitado em Moisés e outros profetas. Portanto, Nestório chamou o Senhor Jesus Cristo, portador de Deus, e não Deus encarnado; e a Santíssima Virgem foi chamada de portadora de Cristo (Christotokos) e não a portadora de Deus (Theotokos).

Os 200 bispos presentes no Concílio condenaram e repudiaram a heresia de Nestório e decretaram que se deve reconhecer que unidas em Jesus Cristo, na época da encarnação, foram duas naturezas, a divina e a humana, e que se deve confessar Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e a Santa Virgem Maria como portadora de Deus (Theotokos).

O Concílio também afirmou o Credo Niceno-Constantinopolitano.

IV Concílio Ecumênico

O Quarto Concílio Ecumênico foi convocado em 451 d.C., na cidade de Calcedônia, sob o governo do Imperador Marciano. O Concílio reuniu-se para desafiar a falsa doutrina de um arquimandrita de um mosteiro de Constantinopla, Eutiques, que rejeitava a natureza humana do Senhor Jesus Cristo. Refutando uma heresia e defendendo a divindade de Jesus Cristo, ele mesmo caiu ao extremo, e ensinou que no Senhor Jesus Cristo a natureza humana estava completamente absorvida no Divino, e portanto seguiu-se que uma pessoa só precisa reconhecer a natureza Divina. Essa falsa doutrina é chamada de monofisismo, e os seguidores dela são chamados de monofisitas.

O Concílio de 650 bispos condenou e repudiou a falsa doutrina de Eutiques e definiu o verdadeiro ensinamento da Igreja, a saber, que nosso Senhor Jesus Cristo é Deus perfeito e, como Deus, Ele nasceu eternamente de Deus. Como homem, Ele nasceu da Santíssima Virgem e em todos os sentidos é como nós, exceto no pecado. Através da encarnação, nascimento da Santíssima Virgem, a divindade e a humanidade estão unidas Nele como uma única Pessoa, infundida e imutável, assim refutando Eutiques; indivisível e inseparável, refutando Nestório.

V Concílio Ecumênico

O Quinto Concílio Ecumênico foi convocado em 553 d.C., na cidade de Constantinopla, pelo famoso imperador Justiniano I. Ele foi convocado para acabar com uma controvérsia entre nestorianos e eutiquianos. Os principais pontos de discórdia foram as conhecidas obras da Escola Antioquina da Igreja Síria, intitulada “Os Três Capítulos”. Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Cirro e Ibas de Edessa, expressaram claramente o erro nestoriano, embora no Quarto Concílio Ecumênico, nada havia sido mencionado de suas obras.

Os nestorianos, argumentando com os eutiquianos (monofisitas), referiram-se a essas obras, e os eutiquianos encontraram neles uma desculpa para rejeitar o Quarto Concílio Ecumênico e difamar a Igreja, alegando que isso estava se desviando para o nestorianismo.

O Concílio foi assistido por 165 bispos, que condenaram Os Três Capítulos e o próprio Teodoro de Mopsuéstia, por não ter se arrependido. Quanto aos outros dois, a censura limitava-se apenas às obras nestorianas. Eles mesmos foram perdoados. Eles renunciaram a suas falsas opiniões e morreram em paz com a Igreja. O Concílio reiterou a sua censura às heresias de Nestório e Eutíques.

VI Concílio Ecumênico

O Sexto Concílio Ecumênico foi convocado no ano 680 d.C., na cidade de Constantinopla, pelo imperador Constantino IV, e foi composto por 170 bispos.

O concílio foi convocado contra a falsa doutrina dos hereges, monotelitas, que, embora reconhecessem em Jesus Cristo duas naturezas, divina e humana, atribuíam-lhe apenas uma vontade divina.

Após o Quinto Concílio Ecumênico, a agitação provocada pelos monotelistas continuou e ameaçou o Imperador Grego com grande perigo. O imperador Heráclio, desejando a reconciliação, decidiu inclinar a fé para concessão aos monotelistas, e pelo poder de seu ofício, ordenou o reconhecimento de que em Jesus Cristo há uma vontade e duas energias.

Entre os defensores dos verdadeiros ensinamentos da Igreja, estavam São Sofrônio, Patriarca de Jerusalém, e um monge de Constantinopla, São Máximo, o Confessor, que por sua firmeza na fé havia sofrido com sua língua cortada e sua mão cortada.

O Sexto Concílio Ecumênico condenou e repudiou a heresia do monotelismo, e formulou o reconhecimento de que em Jesus Cristo há duas naturezas, divina e humana, e nessas duas naturezas há duas vontades, mas que a vontade humana em Cristo não é contra, mas antes, é submissa à Sua vontade Divina.

Este Concílio estabeleceu cânones pelos quais a Igreja deve ser guiada, ou seja, 85 cânones dos santos Apóstolos, cânones dos seis Concílios Ecumênicos e sete sínodos locais, e cânones de treze Padres da Igreja. Estes cânones posteriormente foram suplementados por cânones do Sétimo Concílio Ecumênico e outros dois sínodos locais.

VII Concílio Ecumênico

O Sétimo Concílio Ecumênico foi convocado em 787 d.C., na cidade de Niceia, sob a imperatriz Irene, viúva do imperador Leão IV, e era composto por 367 pessoas.

O Concílio foi convocado contra a heresia iconoclasta, que durou sessenta anos antes do Concílio, pelo imperador grego Leão III, que, desejando converter os maometanos ao cristianismo, considerou necessário acabar com a veneração dos ícones. Essa heresia continuou sob seu filho Constantino V Coprônimo e seu neto, Leão IV.

O Concílio condenou e repudiou a heresia iconoclástica e determinou prover e colocar nas igrejas sagradas, junto com a semelhança da honrada e vivificante Cruz do Senhor, santos ícones, para honrar e prestar homenagem a eles, elevando a alma e coração ao Senhor Deus, a Mãe de Deus e os Santos, que são representados nestes ícones. Depois do Sétimo Concílio Ecumênico, a perseguição aos ícones sagrados surgiu novamente sob os imperadores Leão V, de origem armênia, Miguel II e Teófilo, e por vinte e cinco anos perturbou a Igreja.

A veneração dos ícones sagrados foi finalmente restaurada e confirmada pelo sínodo local de Constantinopla em 843 d.C., sob a imperatriz Teodora.

Neste concílio, em agradecimento ao Senhor Deus por ter dado à Igreja a vitória sobre os iconoclastas e todos os hereges, a celebração do Triunfo da Ortodoxia foi estabelecida no primeiro domingo da Grande Quaresma, que é celebrada pelas Igrejas Orientais em todo o mundo.

Fonte: FASBAM

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.
  • BENOIT, André. A Atualidade dos Pais da Igreja. Porto Alegre: Ed. Aste, 1966.
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