Passions According To The Philokalia
Of The Holy Neptic Fathers
A finalidade da oração do coração é a obediência ao ensinamento do Evangelho de orar sem cessar: essa prece consiste na fusão da invocação do nome de Jesus e da oração do publicano: «Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!» (Lc: 18,13) O que resulta: «Jesus Cristo, Filho de Deus, tem piedade de mim, pecador».
Wilma Steagall De Tommaso*
INTRODUÇÃO À FILOCALIA
RESUMO
O artigo pretende apresentar de forma sucinta a «Philocalie des Pères Neptiques: À l’écolemystique de la prière intérieure», coleção de sete volumes que contém textos monásticos originais dos Pais do Deserto do Oriente. Com ênfase no pensamento de Evágrio Pôntico (345-399), os textos estão em ordem cronológica e começam por Santo Antão, século IV conhecido como o pai dos monges e vão até Simeão de Tessalônica (+1429).
Esse vasto tratado dá a direção àqueles que pretendem seguir o caminho ascético, a começar pela difícil batalha interior: a luta contra as próprias paixões. Para isso, o monge deve aceitar a morte, aprender a oração do coração. É a práxis que liberta o asceta das paixões e o torna livre para amar.
Esse é o aspecto do tratado literário que será aqui descrito. «Philocalie des Pères Neptiques: À l’école mystique de laprièreintérieure» — é um vasto tratado, integralmente transcrito, não apenas substratos, dos Pais do deserto acerca da «escola mística da prece interior». Essa escola trata de sugerir uma ação (a praxis) e a contemplação cuja finalidade é descobrir «o tesouro escondido no coração», alusão à parábola do Evangelho (Mt 13: 47-50) que descreve um homem, tendo achado um tesouro no campo, vende tudo o que tem para possuir esse tesouro.
Em 1782, no final do século XVIII, o monge grego Nicodemos o Hagiorita publicou a «Filocalia» em língua grega. A obra foi publicada em Veneza, pois livros cristãos não podiam ser publicados no Império Otomano. Logo depois, em 1793, Païsij Velitchkosky, na Moldávia, traduziu a obra para a língua eslava e a publicou na Rússia. A obra foi traduzida para o francês a partir da 4ª edição grega (Atenas, 1976) por Jacques Touraille, sob a responsabilidade de Boris Bobrinskoy e do Grupo de tradução da Filocalia, em 11 volumes pelas Éditions de Belle Fontaine de 1979 a 1991 (…)