O «6º Domingo de São Mateus» (6º depois de Pentecostes - Modo Pl. 1º)
Comemoração de Santa Cristina, megalomártir de Tiro († c. 220); dos Ss. Fantino de Tauriana, (it.-cr. † 1130); Esl.: Boris e Gleb; Romão e Davi († 1015); Atenágoras, o Confessor; Athanasio de Kios, o novo mártir; Kaption e Himenaos, mártires; Teófilo, novo mártir de Zakintos.
No Orthros (Matinas):
Evangelho (Eoth. 6)
Santo Evangelho segundo o Evangelista São LUCAS [24: 36-53].
aquele tempo, Jesus se apresentou no meio deles e disse: «A paz esteja convosco!» Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: «Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho». Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: «Tendes o que comer?» Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o, então, e comeu-o diante deles. Depois disse-lhes: «São estas as palavras que eu vos falei, quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas, nos Salmos». Então abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Cristo devia sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que, em seu Nome, fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém. Vós sois testemunhas disso. Eis que eu enviarei sobre vós o que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até serdes revestidos da força do Alto». Depois, levou-os até Betânia e, erguendo as mãos abençoou-os. E enquanto os abençoava, distanciou-se deles e era elevado ao céu. Eles ficaram prostrados diante dele; e depois voltaram a Jerusalém com grande alegria, e estavam continuamente no Templo, louvando a Deus.
Na Divina Liturgia:
Primeira Antífona (Modo 2º)
Vers. 1: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e todo o meu ser bendiga o seu santo nome.!
Vers. 2: Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não esqueças nenhum de seus benefícios!
Vers. 3: O Senhor firmou no céu o seu trono e sua realeza governa o universo.
Glória… Agora e sempre….
Στίχ. α´. Εὐλόγει ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον, καὶ πάντα τὰ ἐντός μου τὸ ὄνομα τὸ ἅγιον αὐτοῦ.
Στίχ. β’. Εὐλόγει, ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον, καὶ μὴ ἐπιλανθάνου πάσας τὰς ἀνταποδόσεις αὐτοῦ.
Στίχ. γ’. Κύριος ἐν τῷ οὐρανῷ ἡτοίμασε τὸν θρόνον αὐτοῦ, καὶ ἡ βασιλεία αὐτοῦ πάντων δεσπόζει.
Δόξα Πατρὶ… Καὶ νῦν…
Segunda Antífona (mesmo modo)
Vers. 1: Louva, ó minha alma, o Senhor! Louvarei o Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores a meu Deus enquanto eu existir.
Vers. 2: Bem-aventurado o que tem por protetor o Deus de Jacó, que põe sua esperança no Senhor, seu Deus.
Vers. 3: O Senhor reinará eternamente; ele é teu Deus, ó Sião, de geração em geração!
Glória… Agora e sempre…
Ó Filho Unigênito e Verbo de Deus…
Στίχ. α´. Αἴνει, ἡ ψυχή μου, τὸν Κύριον αἰνέσω Κύριον ἐν τῇ ζωῇ μου ψαλῶ τῷ Θεῷ μου ἕως ὑπάρχω.
Στίχ. β´. Μακάριος, οὗ ὁ Θεὸς Ἰακὼβ βοηθὸς αὐτοῦ, ἡ ἐλπὶς αὐτοῦ ἐπὶ Κύριον τὸν Θεὸν αὐτοῦ.
Στίχ. γ´. Βασιλεύσει Κύριος εἰς τὸν αἰῶνα, ὁ Θεός σου, Σιών, εἰς γενεὰν καὶ γενεάν.
Δόξα Πατρὶ… Καὶ νῦν…
Ὁ μονογενὴς Υἱὸς καὶ Λόγος τοῦ Θεοῦ…
Terceira Antífona
Vers. 1: Este é o dia que o Senhor fez, exultemos e alegremo-nos n’Ele!
Στίχ. Αὕτη ἡ ἡμέρα Κυρίου, ἀγαλλιασώμεθα καὶ εὐφρανθῶμεν ἐν αὐτῇ.
Apolitíkion da Ressurreição (Modo Pl. 1º)
Glorifiquemos, fiéis, e adoremos o Verbo divino, eterno com o Pai e o Espírito Santo, nascido da Virgem para a nossa salvação; pois, em sua carne, deixou-se suspender na cruz, padecer a morte e ressuscitar dos mortos, pela sua gloriosa ressurreição.
Τον συνάναρχον Λόγον Πατρί και Πνεύματι, τον εκ παρθένου τεχθέντα εις σωτηρίαν ημών, ανυμνήσωμεν πιστοί και προσκυνήσωμεν ότι ηυδόκησε σαρκί, ανελθείν εν τω Σταυρώ, και θάνατον υπομείναι, και εγείραι τους τεθνεώτας, εν τη ενδόξω αναστάσει αυτού.
Apolitíkion de Santa Cristina (Modo 4º)
Tua cordeira Cristina, ó Jesus, clama a Ti, dizendo: «Por Ti eu anseio, meu Noivo, e luto buscando por Ti; pois, pelo batismo fui crucificada e sepultada contigo; por Ti sofro, para reinar contigo, e por Ti morro para que eu possa viver em Ti». Recebe, pois, como sacrifício ilibado, aquela que, ansiando por Ti, foi sacrificada. E como és compassivo, salva por sua intercessão as nossas almas.
Ἡ ἀμνάς σου Ἰησοῦ, κράζει μεγάλῃ τῇ φωνῇ· Σὲ Νυμφίε μου ποθῶ, καὶ σὲ ζητοῦσα ἀθλῶ, καὶ συσταυροῦμαι καὶ συνθάπτομαι τῷ βαπτισμῷ σου· καὶ πάσχω διὰ σέ, ὡς βασιλεύσω σὺν σοί, καὶ θνῄσκω ὑπὲρ σοῦ, ἵνα καὶ ζήσω ἐν σοί, ἀλλ’ ὡς θυσίαν ἄμωμον, προσδέχου τὴν μετὰ πόθου τυθεῖσὰν σοι. Αὐτῆς πρεσβείαις, ὡς ἐλεήμων, σῶσον τὰς ψυχὰς ἡμῶν.
Kondakion (Modo 2º)
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador, não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; mas, apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.
Προστασία τῶν Χριστιανῶν ἀκαταίσχυντε, μεσιτεία πρὸς τὸν Ποιητὴν ἀμετάθετε, Μὴ παρίδῃς ἁμαρτωλῶν δεήσεων φωνάς, ἀλλὰ πρόφθασον, ὡς ἀγαθή, εἰς τὴν βοήθειαν ἡμῶν, τῶν πιστῶς κραυγαζόντων σοι. Τάχυνον εἰς πρεσβείαν, καὶ σπεῦσον εἰς ἱκεσίαν, ἡ προστατεύουσα ἀεί, Θεοτόκε, τῶν τιμώντων σε.
Prokímenon (Modo Pl. 1º)
Refrão: Tu, Senhor, nos guardarás e nos preservarás.
Vers.: Salva-me, Senhor, porque o justo desapareceu.
Σὺ Κύριε, φυλάξαις ἡμᾶς καὶ διατηρήσαις ἡμᾶς
Στίχ. Σῶσόν με, Κύριε, ὅτι ἐκλέλοιπεν ὅσιος.
Epístola (Apóstolos)
Leitura da Epístola do Apóstolo São Paulo aos ROMANOS (12: 6-14)
rmãos, 6Tendo, porém, dons diferentes, segundo a graça que nos foi dada, aquele que tem o dom da profecia, que o exerça segundo a proporção da nossa fé; 7aquele que tem o dom do serviço, o exerça servindo; quem o do ensino, ensinando; 8quem o da exortação, exortando. Aquele que distribui seus bens, que o faça com simplicidade; aquele que preside, com diligência; aquele que exerce misericórdia, com alegria. 9Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; 10com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima. 11Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos de espírito, servindo ao Senhor, 12alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração, 13tomando parte nas necessidades dos santos, buscando proporcionar a hospitalidade. 14Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.
Aleluia (Modo pL. 1º)
Vers. 1: Junto de Ti, Senhor, me refugiei; não seja eu confundido para sempre, por tua justiça, livra-me!
Vers. 1: Tu amas a justiça e detestas a iniquidade.
Στίχ. αʹ. Τὰ ἐλέη σου, Κύριε, εἰς τὸν αἰῶνα ᾄσομαι, εἰς γενεὰν καὶ γενεὰν ἀπαγγελῶ τὴν ἀλήθειάν σου ἐν τῷ στόματί μου.
Στίχ. βʹ. Ἠγάπησας δικαιοσύνην, καὶ ἐμίσησας ἀνομίαν.
Evangelho
Santo Evangelho segundo o Evangelista São MATEUS [9: 1-8].
aquele tempo, 1entrando em um barco, ele atravessou e foi para a sua cidade. 2Aí lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama. Jesus, vendo tão grande fé, disse ao paralítico: «Tem ânimo, meu filho; os teus pecados te são perdoados.» 3Ao ver isso alguns dos escribas diziam consigo: «Está blasfemando». 4Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: «Por que tendes esses maus pensamentos em vossos corações? 5Com efeito, que é mais fácil dizer ‘Teus pecados são perdoados’, ou dizer ‘Levanta-te e anda’? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem poder na terra de perdoar pecados…» disse então ao paralítico: «Levanta-te, toma tua cama e vai para casa». 7Ele se levantou e foi para casa. 8Vendo o ocorrido, as multidões ficaram com medo e glorificaram a Deus, que deu tal poder aos homens.
Kinonikón
Louvai o Senhor nos céus | louvai-O nas alturas! Aleluia!
Αἰνεῖτε τὸν Κύριον ἐκ τῶν οὐρανῶν. Ἀλληλούϊα.
SUBSÍDIOS HOMILÉTICOS
Pe. Pavlos, Hieromonge

«Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa»
história do paralítico não se resume apenas na cura de um homem que, de modo um tanto incomum, foi baixado pelo telhado e posto diante de Jesus, porque havia tanta gente que não existia outro jeito para chegar próximo do Senhor.
Um paralítico é uma pessoa portadora de deficiência grave que impossibilita a mobilidade corporal, fazendo com que dependa inteiramente do outro. E, os que auxiliaram o paralítico a chegar perto de Jesus, transportando-o, foram veículos da graça divina, do perdão dos pecados e da cura dos males físicos que há muito tempo afligiam aquele homem.
Há uma quebra no desenvolvimento normal dos acontecimentos: a provável expectativa de uma cena espetacular de cura é surpreendida pela manifestação da Misericórdia Divina para com a fraqueza humana. Antes mesmo que um pedido de perdão partisse do coração daquele que sofria dos males da paralisia, Jesus perdoa seus pecados, conduzindo assim a atenção de todos para a relação que se fazia na época: pecado e doença. Para os Judeus toda enfermidade tinha origem moral e era causada pelo pecado pessoal ou dos pais (Sl 38 e 41). Se aquela doença era consequência do pecado, logo, seria preciso eliminar o pecado para que a cura pudesse ser operada. Mas quem pode perdoar os pecados senão Deus? Os escribas ficam, portanto, escandalizados com a atitude de Jesus. Este homem blasfema, pensam!
Jesus, após perdoar seus pecados, cura-o também de seus males físicos. E o paralítico levanta-se e sai à vista de todos. É assim desfeita a objeção dos escribas ao fato invisível do perdão dos pecados.
Se naquele tempo a noção de pecado era distorcida, no mundo de hoje padecemos de uma generalizada e progressiva banalização da mesma. Do «Tudo é pecado» ao «Nada é pecado». Privados da experiência do perdão divino que é conforto para as nossas almas e fortalecimento para o corpo, ficamos assim mais vulneráveis aos males físicos.
A Igreja, sinal e sacramento do perdão divino, é lugar de conversão e perdão fraterno. Também é portadora da mensagem do perdão que o Pai Misericordioso quer estender a todos os filhos e filhas para tê-los sempre próximos. E todos nós, tornados seus membros pelo batismo, somos chamados a assumir, comunitária e individualmente, esta tarefa: ser mensageiros do sacramento da misericórdia divina, instrumentos do amor misericordioso que o Pai quer fazer chegar a todos.
Como aqueles bons homens que conduziram até o Senhor o paralítico, nosso mundo precisa de cooperadores do bem, face à multidão cada vez maior de atores ou meros espectadores do sofrimento e do mal. Não apenas lamentar a presença do mal, mas assumir atitudes concretas que ajudem a combatê-lo. Em última análise, não cooperar com o mal, não ser coniventes com as múltiplas formas de mal que assolam nosso século, já é cooperar para o bem. Sem, no entanto, esquecer jamais que, por mais que façamos, é Cristo o Único e verdadeiro Libertador de todos os males que nos oprimem.
«Os teus pecados te são perdoados!» Não eram bem essas as palavras que esperavam ouvir do Mestre aqueles letrados que o cercavam. Mal sabiam que, a pior opressão não é a paralisia do corpo, mas aquela que imobiliza, engessa e atrofia o espírito e endurece o coração. E, deste mal, eles é que necessitavam de ser curados.
E Jesus não para por aí: como se uma coisa estivesse de fato associada à outra, comunica ao paralítico, antes, o perdão de seus pecados, e liberta-o em seguida do mal que mantém paralisado o seu corpo: «Levanta-te, toma teu leito e vai para casa!»
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.