Os apóstolos, que precisavam de ser confirmados na sua fé, receberam no prodígio da Transfiguração um ensinamento adequado para os levar ao conhecimento de todas as coisas. Com efeito, Moisés e Elias, quer dizer, a Lei e os profetas apareceram a falar com o Senhor. […] Como diz São João: «A Lei foi comunicada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo» (1,17). O apóstolo Pedro estava, por assim dizer, arrebatado em êxtase com o desejo dos…
Ler mais...«Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo […], nele nos escolheu antes da criação do mundo» (Ef 1,3-4)
A encarnação do Verbo, a Palavra de Deus, diz respeito ao passado e ao futuro; nenhum tempo, por mais recuado que seja, foi privado do sacramento da salvação dos homens. O que os apóstolos pregaram é o que os profetas tinham anunciado, e não se pode dizer que aquilo em que se acreditou desde sempre se tivesse cumprido tardiamente. Adiando a obra da salvação, Deus tornou-nos, na sua sabedoria e na sua bondade, mais aptos para responder ao seu apelo…
Ler mais...«Ele […] seguiu Jesus, glorificando a Deus»
O nosso Redentor, prevendo que os discípulos ficariam perturbados com a sua Paixão, anuncia-lhes com muita antecedência os sofrimentos da sua Paixão e a glória da sua Ressurreição (Lc 18,31-33); deste modo, vendo-O morrer como lhes anunciara, não duvidariam da sua Ressurreição. Mas, presos ainda à nossa condição carnal, os discípulos não podiam compreender estas palavras que anunciavam o mistério (v. 34). É então que intervém um milagre: diante dos seus olhos, um cego recupera a visão, para que aqueles…
Ler mais...«Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus»
Nos últimos tempos (1Pe 1,20), Deus, na sua bondade misericordiosa, quis vir em socorro do mundo que perecia e decidiu que a salvação de todas as nações se faria em Cristo. […] Foi por elas que Abraão recebeu outrora a promessa de uma descendência inumerável, não gerada pela carne, mas pela fé. E esta geração é comparada à multidão das estrelas do céu (Gn 15,5), porque do pai de todas as nações não é esperada uma posteridade terrena, mas celeste….
Ler mais...«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe»
A majestade dos Filho de Deus não desprezou a infância. Mas a criança foi crescendo até à estatura do homem perfeito; seguidamente, quando realizou plenamente o triunfo da sua Paixão e ressurreição, todas as ações de condição humilde que fizera por amor a nós se tornaram passado. Contudo, a festa do seu nascimento recorda-nos os primeiros momentos de Jesus, nascido da Virgem Maria. E, quando adoramos o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem. Com efeito, o cristianismo…
Ler mais...A pobreza que enriquece
«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus» (Mt 5,3). […] Depois do Senhor, os primeiros a dar-nos exemplo desta pobreza generosa foram os apóstolos. Deixando sem hesitar todos os seus bens ao ouvirem o chamamento do Divino Mestre, converteram-se alegremente e abandonaram a pesca de peixes para se tornarem pescadores de homens (Mt 4,18s). Entre estes homens, foram muitos os que se lhes assemelharam, imitando a sua fé; os primeiros filhos da Igreja «tinham um…
Ler mais...Quem dá esmola, faça-o com alegria e confiança
Diz o Senhor no Evangelho de João: Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros (Jo 13,35). Para praticar o bem da caridade, amados filhos, todo tempo é próprio. Contudo, estes dias da Quaresma, a isso nos exortam de modo especial. Se desejamos celebrar a Páscoa do Senhor com o espírito e o corpo santificados, esforcemo-nos o mais possível por adquirir essa virtude preparemo-nos em primeiro lugar mediante o sacrifício espiritual da misericórdia; o que…
Ler mais...«Nesse momento abriram-se-lhes os olhos»
Os dias que decorreram entre a ressurreição do Senhor e a sua ascensão não foram desprovidos de acontecimentos: houve grandes mistérios que foram confirmados, grandes verdades que foram reveladas. Foi nessa altura que foi abolido o medo amargo da morte e que foi manifestada a imortalidade, não apenas da alma, mas também da carne. […] Naqueles dias, o Senhor juntou-Se a dois discípulos, acompanhando-os pelo caminho; e, a fim de dissipar em nós todas as trevas da dúvida, censurou estes…
Ler mais...«Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado nele.»
Quando o Senhor declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: um de vós Me entregará», demonstrou que era capaz de penetrar na consciência daquele que ia traí-lo. Sem contrariar o malfeitor com censuras severas e públicas, procurou chegar a ele com uma advertência terna e velada, para que o arrependimento pudesse corrigir aquele que não fora destituído por qualquer interdito. Porque será, infeliz Judas, que não aproveitas toda esta bondade? Não vês que o Senhor está disposto a perdoar esse…
Ler mais...«Rasgai os vossos corações, e não as vossas vestes» (Jl 2,13)
Diz o Senhor: «Não vim chamar os justos, mas os pecadores» (Mt 9,13). A nenhum cristão é permitido odiar seja quem for, porque ninguém é salvo senão graças ao perdão dos pecados. […] Que o povo de Deus seja, pois, santo e bom: santo, para se afastar daquilo que é proibido, bom para realizar aquilo que é mandado. Grande coisa é ter uma fé reta e uma doutrina santa; é louvável reprimir a gula, ter uma doçura e uma castidade…
Ler mais...Filho de David e Senhor dos senhores
Da casa real de David foi escolhida uma virgem para em seu seio carregar uma criança santa, filho simultaneamente divino e humano […]. O Verbo, a Palavra de Deus, que é o próprio Deus, o Filho de Deus que no «princípio estava em Deus, por quem tudo começou a existir e sem quem nada veio à existência» (Jo 1,1-3), esse Filho fez-Se homem para libertar o homem da morte eterna. Ele desceu até à humildade da nossa condição sem que…
Ler mais...«Eram os nossos sofrimentos que Ele levava sobre si» (Is 53,4)
O Senhor revestiu-Se de uma grande fraqueza, para cobrir a nossa inconstância com a firmeza da sua força. Ele veio do Céu a este mundo como um mercador rico e generoso e, através de uma troca admirável, concluiu um negócio: tomando o que era nosso, concedeu-nos o que era seu; pelo que fazia a nossa vergonha, deu a sua honra, pelas dores a cura, pela morte a vida. […] O santo apóstolo Pedro foi o primeiro a fazer a experiência…
Ler mais...«Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»
Irmãos, quando tenho de cumprir os deveres do meu cargo episcopal, descubro que sou fraco e covarde, carregado com a fragilidade da minha própria condição, embora deseje agir com generosidade e coragem. No entanto, bebo a minha força na intercessão incansável do Sacerdote todo-poderoso e eterno que, semelhante a nós mas igual ao Pai, humilhou a sua divindade até ao nível do homem e elevou a humanidade até ao nível de Deus, encontrando uma justa e sã alegria nas disposições…
Ler mais...«E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.»
Nosso Senhor, irmãos bem-amados, nasceu hoje: regozijemo-nos! Não é permitido estarmos tristes neste dia em que nasce a vida. Este dia destrói o receio da morte e enche-nos da alegria que a promessa da eternidade dá. Ninguém ficou afastado desta alegria; um único e mesmo motivo de alegria é comum a todos. Pois Nosso Senhor, ao vir destruir o pecado e a morte […], veio libertar todos os homens. Que o santo exulte, pois aproxima-se da vitória. Que o pecador…
Ler mais...«Os que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. […] E disse-lhes: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’».
Não estejamos presos às coisas deste mundo; que os bens da terra não desviem o nosso olhar do céu. Tomemos por passado o que já não é praticamente nada; que o nosso espírito, agarrado ao que deve viver, fixe o seu desejo nas promessas de eternidade. Embora sejamos ainda «salvos na esperança» (Rom 8,24), embora possuamos ainda uma carne sujeita à corrupção e à morte, podemos com certeza afirmar que somos capazes de viver fora da carne, se escaparmos à…
Ler mais...«Jesus ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, senão depois de o Filho do Homem ter ressuscitado dos mortos».
Jesus queria armar os seus apóstolos com uma grande força de alma e uma constância que lhes permitissem carregar sem temor a sua própria cruz, a despeito da sua dureza. Queria também que eles não corassem com o seu suplício, que não considerassem uma vergonha a paciência com que Ele haveria suportar uma Paixão tão cruel, sem nada perder da glória do seu poder. Por isso, Jesus «tomou consigo Pedro, Tiago e João e levou-os a um monte elevado» e…
Ler mais...«SE NÃO VOS CONVERTERDES»
Esforcemo-nos por ser associados à Paixão de Cristo e por passar da morte à vida enquanto ainda estamos neste corpo. Porque passar por uma conversão, seja ela qual for, passar de um estado a outro, significa para todo o homem o fim de qualquer coisa – deixar de ser o que era – e o começo de outra – passar a ser o que não era. Mas é importante saber para que se morre e para que se vive, porque…
Ler mais...«FELIZES VÓS, OS POBRES»
«Felizes os pobres de espírito porque é deles o reino dos céus» (Mt 5,3). Poderíamos perguntar-nos a que pobres quereria a Verdade referir-se se, ao dizer «Felizes os pobres», não tivesse acrescentado nada sobre o tipo de pobres de que falava. Pensar-se-ia então que, para merecer o Reino dos Céus, bastaria a indigência de que muitos sofrem devido a uma necessidade penosa e dura. Mas ao dizer: «Felizes os pobres de espírito», o Senhor mostra que o Reino dos Céus…
Ler mais...«Deixai vir a Mim os pequeninos»
Cristo ama a infância que primeiro assumiu na Sua alma, tal como no Seu corpo. Cristo ama a infância, que ensina humildade, que é a norma da inocência e o modelo da mansidão. Cristo ama a infância: orienta para ela a conduta dos adultos, para ela encaminha os idosos, atrai ao seu exemplo aqueles que eleva ao reino eterno. Mas, para compreendermos como é possível chegar a tão admirável conversão e qual a transformação que nos é necessária para termos…
Ler mais...«O jejum que agrada a Deus»
Ao comer do fruto da árvore proibida, Adão transgrediu os preceitos da vida (Gn 3,6). Quanto a nós, é reduzindo, na medida do possível, o que comemos que nos reergueremos e reencontraremos a alegria do Paraíso. No entanto, que ninguém fique a pensar que basta essa abstinência. Com efeito, diz Deus pelo Seu profeta: «O jejum que Me agrada é este: […] repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus…
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