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A Festa da Páscoa

Pe. Jacques Goettmann

Grande Semana ou a Semana Santa, ressonância e réplica dos sete dias da Criação se aproxima. Se, durante estes sete dias concentrarmos nosso olhar sobre o Filho do Homem, sobre cada um dos seus gestos e palavras ,de sua Paixão, e se ao mesmo temos descobrirmos em nós mesmos as atitudes contraditórias de Pedro que O negou, dos discípulos que tiveram medo, dos sacerdotes que O condenaram, dos soldados que O torturaram sem nada entender e também , de João que O seguia em silêncio, de Maria e das outras mulheres que Lhe davam sua amorosa presença, então vamos penetrar e permanecer em um espaço e em um tempo novos. Tempo e espaço do Mistério deslumbrante da Vida Nova que sai da morte amarga e velha: Mistério da transfiguração do homem e da criação.

«Destruís este Templo e em três dias eu o reconstruirei», dizia Jesus. São João comenta em seu Evangelho: «Ele falava do templo do seu Corpo... e, quando se levantou dentre os mortos, seus discípulos se recordaram de suas palavras» (Jo 2, 19-22). O templo do homem, nosso corpo, nossa alma, nosso espírito, nossa pessoa, tantas vezes «desumanizado», freqüentemente é transformado em casa de comércio ou em covas de ladrões; a arquitetura da Criação, a sinfonia do Universo, tão arruinada, tão desafinada, tão corrompida. É este o templo que Jesus Cristo está levantando conosco, seus discípulos, em três dias que são os dias mais longos e decisivos da história de nossa vida.

A Sexta Feira Santa

Cristo se enfrenta voluntariamente com a morte. Não morre por acidente ou enfermidade, por velhice ou desespero, mas por uma força maior, a força do amor. Manifestou-a algumas horas antes em sua última Ceia com palavras jamais ouvidas (Jo 13-17) e pelo dom de seu Corpo e Sangue. Não suprime nossa morte física, mas por sua vitória na Árvore da Cruz, nos dá poder sobre a morte: podemos agora encará-la de maneira nova e concebê-la como porta de um novo nascimento que já começou, abrindo-nos o caminho para uma nova vida. É o «dia das dores do parto».

O Sábado Santo

Cristo desce aos Infernos, à região dos mortos que esperam nas trevas, ao inferno de nossos terrores inconscientes, ao inferno de nosso mundo violento, angustiado e frustrado. Seu Corpo descansa silencioso no sepulcro e seu Espírito se abandona às mãos do Pai. Deste silêncio nos grita: «Venci o mundo, derrotei o Inferno e venho ressuscitar-vos comigo». É o dia da espera e da esperança.

A Noite Pascal

A Noite Pascal inaugura o Terceiro Dia, o Domingo da Páscoa. Entre todas as noites, é a noite mais misteriosa, deslumbrante e criadora: «Cristo ressuscitou! Em verdade ressuscitou!». Este grito se multiplica e repercute mil vezes entre os que se dão o beijo pascal. Tudo é perdoado, tudo é renovado, tudo é possível, pois nossa carne humana venceu a morte e recebeu já o gérmen da transfiguração na Luz Incriada. Se queremos seguir o caminho do Cristo e lhe dar nossa fé pessoal, não seremos enganados, mas transformados, e não morreremos jamais de uma morte sem saída. O Cristo volta a seu Pai e junto a Ele nos envia o Espírito Santo para nos comunicar as energias divinas, a Vida Nova.

Que esta Páscoa, estes dias de Morte e Ressurreição, esta Festa única entre todas as festas, seja para todos nós um tempo novo e novo espaço. «Este é o dia que o Senhor nos fez, dia de Alegria e de júbilo».


FONTE:

Pe. Jacques Goettmann,
Igreja Ortodoxa San Martin de Tours de Buenos Aires - AR
Páscoa de 1994.

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